O ambiente que nos rodeia influencia a nossa saúde. Agora que já ENCONTROU, desafio a CONHECER um pouco mais da Saúde Ambiental que uma estagiária do I Curso de Saúde Ambiental da Escola Superior de Beja PRATICARÁ em diferentes contextos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A Primeira Semana

21 a 25 de Março de 2011
Olá a todos! Inicio a primeira semana de estágio num novo local, como já referi anteriormente, em saúde pública. É bastante diferente do local que estive anteriormente, ECC, pois aqui o técnico de saúde ambiental tem a possibilidade de colocar em prática os conhecimentos que adquiriu ao longo do curso, em mais áreas de actuação, não só higiene e segurança no trabalho, mas em saúde pública, segurança alimentar, promoção da saúde, saúde escolar, entre outras.
Como a USP HIGÉIA opera com programas e projectos, no primeiro dia, foram-nos apresentados aqueles que iremos, possivelmente, desenvolver actividades:
- Saúde escolar;
- Saúde Ocupacional;
- Formação, Educação para a Saúde e Programas de Promoção da Saúde;
- Promoção da qualidade da água: águas para consumo humano, piscinas e águas balneares;
- Licenciamento de estabelecimentos;
- Fiscalização de estabelecimentos;
- Casos de Insalubridade;
- Segurança Alimentar;
- Investigação em Saúde e Vigilância Epidemiológica.
A participação nestas áreas, ou outras que se considerem relevantes, dependerá também das necessidades desta unidade, e da população que abrange.
O Centro de Saúde foi apresentado, assim como a organização da USP HIGÉIA Seixal.

Ao longo desta semana desenvolvi várias actividades, passo a destacar as principais:
- Avaliação das condições de Segurança, Higiene e Saúde dos Estabelecimentos de Educação e Ensino
Com a Técnica Célia Maia dirigimo-nos a uma Escola Básica de 2º e 3º ciclo para efectuar a avaliação das condições higio-sanitárias. Para facilitar e igualar esta avaliação, a Direcção-Geral da Saúde criou um formulário a nível nacional. No endereço seguinte, encontrará a circular normativa com o formulário, a justificação da necessidade da sua adopção e a explicação de todos os pontos. Este formulário está em consonância com o Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE), aprovado pelo Despacho n.º 12045/2006, pois apela à promoção de um ambiente escolar seguro e salubre.
Para efectuar o preenchimento deste formulário, tivemos inicialmente uma pequena reunião com a professora que nos recebeu. Desta pequena reunião resultou o preenchimento dos pontos relativos à identificação e caracterização do estabelecimento de ensino.

Posteriormente fomos acompanhadas pela professora a visitar a escola, e verificar os pontos críticos. De uma forma geral, salienta-se a importância dos planos de segurança e emergência. A escola faz bastante esforço para ter os planos actualizados em colaboração com outras entidades. Fomos informadas que seria efectuado um simulacro para testar a capacidade de resposta de todas as entidades envolvidas e treino dos alunos, professores e outros profissionais escolares. Os simulacros são importantes, tanto para testar as entidades a dar uma resposta rápida e organizada como para preparar, alunos e profissionais escolares, a agir de forma adequada, de acordo com as suas funções estabelecidas, mantendo a calma.
Na cozinha, utilizámos os equipamentos de protecção individual, designadamente touca, bata descartável e protecções para pés.

Razões da sua utilização:

Touca


A principal razão da utilização de touca é o facto de esta impedir a queda de cabelos para os alimentos, e posteriormente contaminá-los (física e microbiologicamente).
Bata



Protecção dos alimentos contra a sujidade, poeiras, fibras, cabelos humanos ou animais que a roupa do dia-a-dia possa acarretar.
Protecção de pés


Protecção dos alimentos contra a sujidade que os nossos sapatos possam transportar do exterior para a cozinha.

Os serviços de Saúde Pública adoptam a utilização de material descartável, pois além de ser mais higiénico, impede a “contaminação cruzada entre cozinhas”.

Observamos alguns parâmetros que constavam no formulário, e outros aspectos, que nos foram incutidos ao longo do curso. É inevitável, como futura técnica de saúde ambiental “olhar e não ver”, ou seja, como temos uma visão alargada e conhecimentos de diversas áreas, por vezes quando nos dirigimos a um local, reparamos em aspectos de segurança alimentar, saúde ocupacional, segurança contra incêndios, qualidade do ar…enfim, muitos. No caso em questão, foi na cozinha, onde observámos mais aspectos dos que constavam no formulário.

De uma forma geral, o formulário torna-se um auxílio na avaliação correcta e coerente das condições de segurança, higiene e saúde, contudo, é bastante extensa e por vezes confusa, principalmente no sistema de classificação. À primeira vista parece simples a classificação:
A –  A situação não se verifica
B – A situação verifica-se com média gravidade
C – A situação verifica-se com elevada gravidade
NA – A situação não se aplica ou não existe


Contudo, na prática, ocorrem dúvidas no preenchimento e confusão com os termos existe, não existe, aplica-se, não se aplica. Outro aspecto que se verifica, é a subjectividade e imprecisão no preenchimento, ou seja, eu posso considerar elevada gravidade, mas uma colega no mesmo ponto, na mesma escola pode-se considerar somente média gravidade. Este aspecto pode ser contornado a nível local, que é o que acontece na USP HIGÉIA, isto é, os profissionais da USP podem definir padrões de quando deve ser preenchida no ponto C ou no ponto B.

Outros documentos a consultar:
- Decreto-Lei nº379/97 de 27 de Dezembro que estabelece as condições de segurança a observar nos espaços de jogo e recreio;
- Decreto-Lei n.º 220/2008 de 12 de Novembro, que estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndios em edifícios;
- Decreto-Lei nº163/2006 de 8 de Agosto, que define as condições de acessibilidade a satisfazer no projecto e na construção de espaços públicos, equipamentos colectivos e edifícios públicos e habitacionais.


- Actualização da base de dados da vigilância de Piscinas
Uma tarefa que nos foi solicitada foi o ajuste da base de dados da vigilância de águas de piscinas, para posteriormente, elaborarmos o relatório anual relativo ao ano 2010. Esta base de dados, permitirá filtrar dados e observar de uma forma facilitada os parâmetros de qualidade da água, se são ou não cumpridos os requisitos, temporalmente. Nesta primeira semana introduzimos somente alguns dados.

 - Vistoria a actividade de espectáculo - Circo
Foi solicitado à USP, a realização de uma vistoria conjunta com a Câmara Municipal do Seixal, Bombeiros Voluntários do Seixal, Protecção Civil e Direcção-Geral de Veterinária, a um circo, para emissão da licença de instalação e funcionamento.
Estas vistorias conjuntas estão ao abrigo do Decreto-Lei 309/2002, de 16 de Dezembro, que regula a instalação e funcionamento dos recintos de espectáculos e de divertimentos públicos.
A nível de Saúde Pública, foram observadas as condições higiossanitárias das instalações sanitárias, do bar e dos equipamentos de pipocas e algodão doce. Um aspecto de saúde pública essencial é a origem da água para consumo humano, de forma a evitar origens ou formas de armazenagem que possam colocar em risco a população.

A primeira semana revelou-se bastante interessante e dinâmica. Todas estas actividades enriquecem o desenvolvimento como profissional de Saúde Ambiental e também o crescimento a nível pessoal. Toda a equipa foi bastante receptiva e acolhedora, apoiando assim nesta primeira fase de adaptação.

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